História da Igreja Cristã.

27/08/2011 13:54

Introdução

 

            A ação de Deus  em relação a salvação do gênero humano,certamente nos leva a pesquisar com fascínio o estudo da História da Igreja Cristã, e daí a urgência de mergulharmos na história para melhor compreendermos esta operação maravilhosa de Deus, por meio de Jesus Cristo e de homens corajosos.

 

            Falando de Jesus Cristo, autor e consumador da fé cristã, Ele veio no que conhecemos como plenitude dos tempos, com grande êxito e firmeza de atuação, que podemos chamar de convicção. Convicção esta que a História nos presenteia com documentos e relatos extraordinários, e daí o advento do Cristianismo, onde a contribuição de povos antigos é fato comprovado, desta feita o Cristianismo surge para nunca mais parar com sua mensagem de transformação, libertação e paz, tudo isto no amor de Jesus o chamado Cristo.

 

            Falando destes povos antigos, da sociedade da época, os anais da história corrobora com a exuberante beleza da mensagem de Jesus, frente aos costumes e acontecimentos destes povos na qual podemos nos apoiar tranquilamente, e entendermos a força transformadora da mensagem do Cristianismo diante das ideologias destes povos, temos os Romanos, os Judeus e os Gregos.

 

 

 

I – A CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS

 

 

1 – Os Romanos:

 

Notadamente, incluía o mundo romano, todas as terras que seriam alcançadas pelo Cristianismo e isso durante os três primeiros séculos da era cristã. E foi justamente durante esse tremendo império, que apareceu esse fenômeno, o do Cristianismo trazendo mudanças tremendas ao pensamento religioso do mundo.

 

Nesta época os romanos dominavam o mundo conhecido desde então, eram tidos como os senhores de toda a terra e temidos por seus exércitos extraordinários, nomes de imperadores, governadores e generais, ecoavam por todas as províncias com certo respeito, admiração e temor. O Cristianismo, durante os seus primeiros séculos de aparecimento e fortalecimento de sua doutrina e dogmas, o mundo acompanhava notáveis progressos exclusivamente nos territórios que eram dominados e governados por esse poderoso império, o império Romano.

 

 

2 – Os Gregos:

 

       Com o aparecimento do Cristianismo, aqueles povos que habitavam todas as regiões do Mediterrâneo, logicamente já tinham sofrido uma estupenda influencia do então todo cultural mundo grego, onde sobrepunha a sabedoria nos seus mais altos padrões já conhecidos até os dias atuais.

 

             Ao longo de toda a costa do Mediterrâneo, colônias gregas, onde algumas delas centenárias foram de maneira espetacular, ampliadas, graças a atividade do comercio um tanto desenvolvida para sua época, o mundo grego atingiu tamanha expansão tornando-se um poderoso e famoso império.

 

            Devido ao crescimento intelectual e comercial, que o império grego tomou dimensões de notável e esplendoroso, que o Cristianismo foi cada vez mais fincando suas estacas nas mais profundas bases dos corações de pessoas cativas e simples diante das imponências dos sábios e de suas filosofias que contagiavam os mais importantes centros do mundo desta época.

 

 

3 – Os Judeus:

 

            Os judeus, foram os principais responsáveis para que o mundo conhecesse a maravilhosa mensagem do Evangelho de Cristo Jesus, começando dos Judeus e espalhando-se para todos os povos, raças e tribos.

 

            O próprio Deus se encarregou de preparar o povo  hebreu, para a louvável missão de apresentar uma religião desde então diferente de tudo o que já se pregou no mundo, eles foram mordomos de uma religião verdadeira.

 

           Deu-se uma revelação especial da parte de Deus, a respeito do próprio Deus e claramente de sua vontade para com todo o ser humano. Os judeus foram os responsáveis pela preparação da vinda do messias, e podemos deduzir que Deus sempre esteve no controle dos acontecimentos que antecederam a este tremendo evento, o do aparecimento de Jesus Cristo, e conseqüentemente do advento do Cristianismo.

 

            É compreensível que este povo preservassem muito de sua cultura e traços da sua religião, até porque estavam na missão de serem uma benção para todos os povos devido a sublimidade de na “plenitude dos tempos” ser apresentado para todos aquele que seria o messias, e o messias realmente foi apresentado não somente aos judeus, mas a todos os povos e trouxe consigo uma nova abordagem da mensagem divina, que confundiu a muitos, porem, convenceu milhares de milhares e até hoje segue convencendo milhões de vidas em todos os lugares do planeta azul.

 

 

II – O MUNDO AO SURGIR O CRISTIANISMO

 

1 - As Condições Religiosas:

 

 

            Quando mergulhamos no curso do mundo antigo, quando surgiu o Cristianismo, naturalmente nos atemos em um contexto cultural e religioso um tanto múltiplo ao percebermos que a antiga, velha religião dos poderosos povos, refiro-me a diversidade de deuses e deusas das então Grécia e Roma, eram cultuados e temos esse conhecimento através da fascinante história da mitologia clássica.

 

            É bem verdade que quando se deu o advento do Cristianismo, esse sistema religioso já não era tão reverenciado, ou seja já vinha perdendo sua vitalidade e porque não dizer influencia sobre a sociedade daquela época. Porém ainda sim, eram conservadas as formas de cultos, mas neste cenário estava acontecendo algo que de certa forma ajudou para que certas mudanças viessem a acontecer, por exemplo; nem todos os homens ilustres e cultos daquela época não mais mostravam crença em  tal religião.

 

            A condição religiosa para o aparecimento do Cristianismo estava verdadeiramente propícia, a ponto da história nos informar que nem mesmo entre o povo comum, a religião politeísta dos Gregos e Romanos estava sendo de grande influência.

 

            Devido a esta verdade, vemos despontar as ações do então Imperador Augusto, que na época do nascimento de Jesus Cristo demonstrou grande preocupação  com a falta de interesse do povo em conservar a tradição religiosa dos deuses. Está documentado nas páginas da história, que o Imperador Augusto, empenhou-se o máximo com o fim de restabelecer no povo a tal religião, porém, sabe-se que estes grandes esforços não foram o suficiente para que esta tendência religiosa fosse mudada, a religião dos deuses estava fadada ao fracasso, mas na verdade não se pode dizer que o espírito religioso não existia, a religiosidade ainda se fazia presente, mas não de maneira tão grande a ponto de não ser aceita uma nova doutrina.

 

            Neste cenário deu-se uma nova faceta da religião, a de Estado que veio a ser mais adiante a responsável pela veneração dos Imperadores representados nas estátuas e imagens daqueles que não mais reinavam e claro do Imperador reinante. Aí estava a imponência da simbologia do poder que exercia a aclamada Roma, o Estado estava a gora na condição de ser endeusado como assim é os modernos regimes totalitários.

 

            Nesta época podemos constatar no campo das religiões, que da Frígia surgiu um culto que foi apresentado como o culto da Mãe dos deuses e o culto de Attis. Do Egito sabemos do culto de Ísis com Serápis (Osíris), é de conhecimento também a religião popular dentre as mais religiões orientais, a da deusa Mitras, vindo esta do Leste da Ásia menor, e era a deus tida como mascote do poderoso exército Romano.

 

            Temos ainda a influência dos antigos mistérios Helênicos que exerciam uma forte atração nas massas e envolvia mistérios em cerimônias secretas que pregavam idéias concernentes a perpetuação da vida.

 

            Já o Orfismo que era uma antiga religião, movimento místico dos gregos que tinha em seus ensinamentos doutrinas concernente a salvação e após a morte vida, Na qual era representado por várias irmandades.

 

           

            Daí podemos concluir que foi em um cenário de religiosidade diversificada que o Cristianismo alcançou espaço, fincando assim as estacas para nunca mais ser apagada na historia da humanidade.

 

            Nesta época está constatada a procura de conhecimento das várias ou de varias religiões e porque não dizer; de verdades que viessem realmente a satisfazer os anseios espirituais dos homens, respostas e experiências reais para a alma e espírito. E daí podemos dizer ser a religião judaica era a melhor até aparecer o Cristianismo que tinha a condição favorável de ser a religião universal pelo caráter dos lideres da mesma.

 

            A religião judaica tinha certo preconceito vindo dos fariseus com o intuito de limitar a religião ao povo judeu, ou seja um exclusivismo, e isto refletiu em perseguição a obra missionária entre gentios.

 

 

 

2 – As Condições Intelectuais:

 

       Com o fim do movimento grego, da busca da verdade, aparecendo o Cristianismo a ideologia grega não era consistente, o Epicurismo e o Estoicismo já havia logrado certo êxito, porém não mais satisfazia os anseios com relação o problema do pecado e vida futura.

 

            O Epicurismo,superficial e o Estoicismo falhava na assimilação dos homens, embora considerado de ser de nobres ensinos. Havia insatisfação, não convenciam mais seus ensinamentos.

 

 

3 – As Condições Morais:

 

       Durante os primeiros tempos do Cristianismo, a questão moral era considerada deplorável. Esta avaliação talvez deva-se ao fato de escritos satíricos da época que mostravam os vícios da sociedade, que aparecem escândalos da aristocracia, nas classes altas o mergulho em corrupções, nas classes médias e baixas ainda podia-se ver certa nobreza.

 

            É certo afirmar que fazendo uma avaliação dos fatos, pode-se realmente chegar  a conclusão do nível baixo que se chegou naqueles tempos, homens de espíritos perturbados, as religiões e a filosofia com pouca influencia, daí a moral realmente baixa.

 

            Pode-se ver que, o Cristianismo despontava como sendo uma nova influencia para satisfazer os anseios dos homens, a sociedade em constante declínio, a falta de esperança e perspectiva abria um leque para a mensagem do Evangelho.

 

 

III – HISTÓRIA DA IGREJA:

O Primeiro Século

 

1 – Jesus e seus discípulos:

 

       Jesus quando começou a pregar a nova mensagem do Evangelho, resolveu escolher alguns homens que o conhecemos como seus discípulos para a propagação dessa nova doutrina. E neste ministério não faltou pregações públicas seguidas de demonstrações de poder, esses discípulos foram cheios do Espírito de Deus para essa missão.

 

            Como as pessoas iam se convertendo com a pregação do evangelho, foram escolhidos por Jesus doze homens para serem companheiros íntimos do mestre, mais tarde designou mais setenta e enviou-os a pregar a mensagem. Porem foi com os doze que Jesus com estreita relação revelou segredos e profundos alicerces do Evangelho revelando-os os mistérios da salvação para todos os homens.

 

            Chegando ao final seu ministério terreno, Jesus empenhou-se o Maximo com os discípulos, aparecendo após a sua ressurreição exclusivamente a estes discípulos e deu ordens claras para que continuassem com a pregação das boas novas a todas as nações, com a promessa de poder enquanto cumpriam com esta missão.

 

2 – Jesus funda a Sua Igreja:

 

            Jesus de maneira clara deixa a revelação da importância de uma sociedade organizada em que seus seguidores pudessem levar ao mundo a mensagem de vida. Com a propagação do seu evangelho ele não outorgou a nenhum clero, nem a oficiais, nem tão pouco certos códigos de regras, e sim simples ritos religiosos; o batismo com água simbolizando purificação e consagração aos seus discípulos, a ceia com os elementos que fazem menção a sua morte e ressurreição, um memorial.

 

            Podemos logo perceber que Jesus, não só fundou a igreja, mas deus vida a mesma. Essa vida está no fato de seus seguidores estarem agrupados a seu redor. Comunicando sua vida, espírito e propósito. É interessante que Ele deixou livre a igreja para que ela mesma escolhesse as formas de culto e organização, métodos de trabalhos e tudo mais.

 

 

IV – A IGRELA APOSTÓLICA:

(Até o Ano 100 A.D)

 

1 – O Começo:

 

            É notório o fato de que quando Jesus chamou os seus discípulos, iniciava ali a carreira da igreja, porém é conhecido que o estabelecimento da mesma é considerado que deu-se no dia de Pentecostes, quando da descida do Espírito Santo que aguardavam depois da ascensão de Cristo aguardando em Jerusalém a promessa que durou dez dias de espera.

 

            Pode-se verificar que após a descida do Espírito Santo revestindo a todos os que estavam reunidos no dia de pentecostes, que o discurso de Pedro foi um tanto poderoso, e o que acontecia com os primeiros cristãos reflete a vida da Igreja em seu inicio.

 

 

2 – A Extensão da Igreja:

 

            Inicialmente a mensagem do Evangelho, foi direcionada aos judeus, aproximadamente por dois ou três anos, que começou em Jerusalém e depois por toda a Palestina. Isso se explica pelo fato de serem hebreus, e por isso esperavam um Messias para seu povo, ou seja, Jesus para os judeus.

           

E foi com cristãos anônimos que deram propagação da mensagem para os gentios, e em Antioquia a Igreja apresenta ao mundo Barnabé Paulo que foram os primeiros nessa missão, ficando conhecidos como os maiores missionários.

 

 

3 – A Vida da Igreja:

 

       A igreja daquela época era pequena em meio a cultura pagã, e eram em sua maioria pobres. Já na igreja de Roma podia-se encontrar de classe mais alta, além da pureza moral, tinham tudo em comum entre os Cristãos que diferençavam dos pagãos. Porém nas epistolas paulinas endereçada aos coríntios, mostra um povo distante ainda dos ideais do cristianismo, mas isto era esperado por serem novos convertidos do paganismo.

 

            É a partir de Nero(54 a 68 A.D), que os cristãos começaram a serem hostilizados pelos romanos com perseguição cruel. Nesta época foi marcante o preço que os cristãos pagaram para permanecerem firmes na mensagem e fé do Evangelho, pois a historia da igreja está marcada por sangue durante estas perseguições e os martírios foi o resultado de ferrenha perseguição por vários governantes daquela época sombria.

 

 

4 – O Culto na Igreja:

 

            Como vimos, a igreja da época não eram considerada rica, não tinha posses a ponto de poder terem um templo ou algo assim para se reunirem, daí a principal causa de se reunirem em lares particulares. Os cultos como nos parecem mostrar as cartas de Paulo, eram de oração haviam testemunhos, estudos das Escrituras além de cantarem Salmos.

 

            Havia grande estimulo com os ensinos de Cristo, dentre o estudo do Antigo Testamento. Conversões aconteciam e aumentava o numero de cristãos, nas refeições dava-se graças, e por fim a ceia do Senhor na qual parte do pão era aproveitado,em que era fervido na Festa.  Foi no fim do primeiro século que a Ceia do Senhor passou a ser distinguida da Festa do Amor e sua celebração dava-se no turno matutino, no conhecido dia do Senhor aos domingos.

 

 

5 – A Crença da Igreja:

 

           

Foi só a partir do segundo século que o credo dos Apóstolos apareceu, criam em Deus Pai, Deus filho (Jesus) Deus Espírito Santo, criam no perdão dos pecados. A base moral eram os ensinos de Jesus e seu amor para com todos.

 

A volta de Jesus era aguardada, como o julgamento final e a vida eterna para os crentes. Os ensinos religiosos o centro era Jesus, o pensamento doutrinário um tanto simples. Haviam as influencias dos judaizantes com o ensino que os cristãos deveriam praticar todas as cerimônias da Lei Judaica. Paulo aparece com um novo enfoque, condenava esse pensamento porque assim o cristianismo não poderia ser uma religião universal.

 

Podemos constatar, no Novo Testamento advertências contra os engodos dos Gnósticos. A seita apareceu no primeiro século e tornou-se grande. A seita Gnóstica era uma mescla de cristianismo, judaísmo e paganismo e deixava alguns crentes confundidos.

 

 

6 – O Governo da Igreja:

 

       A igreja de então, afirmava que era a única Igreja, ou seja a Igreja Universal, a unidade em Cristo era verdadeiramente aceita entre todos, mas as igrejas eram independentes com os seus governos e organizações, porem os cristãos sempre sustentaram o caráter Universal espiritual de um só corpo.

 

            Havia a reverencia quanto aos apóstolos, até porque tiveram contato direto com Jesus, a autoridade de Paulo é incontestável, de posição respeitável entre os apóstolos por ter sido grande desbravador na tarefa de expansão da mensagem cristã. Nas decisões quanto a lei judaica e aos cristãos gentios em Atos quinze é um grande exemplo da autoridade apostólica.

 

            Através dos dons do Espírito Santo, os profetas e mestres instruíam as igrejas. Esses ofícios estendia a toda a igreja, e não a congregações em particular, e a prova disso é que apóstolos e profetas viajavam por diversos lugares na propagação do Evangelho.

 

            O pastorado vinha sendo exercido pelos anciãos ou bispos, e assim a disciplina e os negócios econômicos. O diaconato diretamente na área social beneficente. Os presbíteros presidindo à Mesa do Senhor e ministrava na ausência de um apóstolo, profeta ou mestre.

 

            É importante lembrar que; os oficiais da igreja eram escolhidos pela congregação pela revelação do Espírito Santo que confirmava por meio dos dons e vocação para tais cargos.

 

V – A Igreja Antiga:

( 100 – 313 A.D. )

 

O Império Romano nesta época alcançou o seu apogeu, o governo de Trajano (98 – 117), a extensão do império estendia-se por todas as terras do Norte e do Danúbio, e do Oriente ao Golfo Pérsico e o Mar Cáspio.

 

É de conhecimento que nestes dois séculos começou a decadência do império Romano, com o grande território e população extensa, não era fácil a arte de governar por uma só autoridade. Alguns imperadores foram considerados fracos e maus, nas províncias a corrupção muito crescente e as opressões culminou em ruínas. A grande expansão da escravatura com seus efeitos influenciou corrompendo as camadas sociais, as fontes de riqueza se findaram.

 

Na política a velha pratica de enriquecimento de poucos e a grande maioria pobre e a classe media penalizada mais e mais. A decadência moral atingiu o prestigio dos habitantes desde a aristocracia aos mais pobres, desonestidades no comercio e governos, sensualidade e o casamento desmoralizado e as festas populares degradantes.

 

A decadência do império que começou internamente passou a ser vista exteriormente quando dos ataques bárbaros, principalmente das tribos germânicas que provocou uma grande imigração, tribo por tribo em direção ao sul,sudoeste e sudeste.  Estes movimentos duraram cerca de cinco séculos e trouxe mudanças na Europa, houve conflitos entre os germânicos e romanos e foi aceita a fronteira Reno-danubiana, menos a Dácia (atual România). No segundo século houve a redução das fronteiras do império, e o poder romano mais enfraquecido. E por fim foram aceitas como aliados muitas tribos germânicas e muitos dos chefes germânicos passaram a ser chefes entre os romanos.

 

Pensou-se em uma divisão de autoridade entre quatro governadores, isto com Diocleciano (284-305) as capitais eram Roma e Nicomédia na Àsia Menor, porém durou pouco   e então Constantino detém  todo o poder que governava no ocidente passou a ter todo o poder, isso em 323 passou a ser o único imperador.

 

Foi com Constantino que o cristianismo obteve certa aceitação, em 313 foi a religião predominante na Ásia Menor, Trácia e Armênia. A Igreja agora com grande influência na Antioquia, na Síria nas costas da Grécia, Macedônia, ilhas gregas; norte do Egito, província da áfrica na Itália, sul da Gália e Espanha.

 

Em algumas partes do império, não tão forte como a Britânia, regiões remotas como a Gália central a ao norte. Nestas regiões a igreja conquistou povos de variadas línguas que não eram da civilização Greco-romana.

 

Em todas as classes sociais o cristianismo passou a alcançar, na corte imperial e entre as personalidades do governo. E até no exercito haviam cristãos, apesar de opiniões contrarias com a profissão, isso no II século. A classe mais poderosa  do cristianismo era composta por artesões, pequenos negociantes, proprietários de terras, ou seja; pessoas simples.

 

Daí, o crescimento do cristianismo, deu-se também com a participação missionária, os itinerantes por volta do ano de 200 A.D. dentre os defensores do cristianismo temos Justino, o Mártir (100-165), Grego da palestina, percorreu varias escolas de filosofias na procura da verdade, e em uma dessas andanças em contato com um cristão, encontrou a razão da verdade em Cristo Jesus. Deste fato em diante, passou a fazer suas viagens com o ensinamento de que o cristianismo era a filosofia perfeita. Escreveu vários livros explicando a verdade do cristianismo a muitos estudiosos, até seu martírio.

 

Tertuliano (160-320) foi outro apologista, era advogado cartaginês, convertido ao cristianismo, com grande zelo e com virtudes extraordinárias, com a linguagem aguçada aliada a um senso de moralidade forte, obteve grande respeito. Nos seus escritos apologéticos foi um grande refutador de falsas acusações ao cristianismo e aos cristãos.

 

Como mestre daqueles dias temos o notável Orígenes de Alexandria (185-253), nascido de pais cristãos, de educação fina na sua época, de cultura intelectual alta, junto a Tertuliano, foram os grandes expoentes da Igreja daquela época dos séculos II e III. Orígenes foi perseguido e vitima de crueldades comandadas pelo imperador Décio até sua morte. Deixou grande contribuição com escritos maravilhosos como comentários de livros bíblicos dentre outros.

 

Bem verdade que no avanço do cristianismo, a contribuição valorosa e anônima de cristãos destemidos na pregação do Evangelho, foi o que marcou o crescimento do cristianismo com a escrita da perseguição e derramamento de sangue por amor aos perdidos. Foi a partir de Nero (54-68), que os romanos hostilizaram ferozmente os cristãos, em meio a prática livre de religiões, o cristianismo era visto com indiferença. Isto deveu-se ao fato do cristianismo prestar obediência e lealdade suprema a Deus, diferente dos romanos que prestavam essa lealdade era prestada ao Estado, e seus deuses. E os adeptos de outras religiões aceitavam isto, e o cristianismo não, Cesar nunca esteve acima de Cristo, e isso provocou grande perseguição.

 

O cristianismo era visto como uma ameaça ao Estado Supremo, os cristão encarados como ateus, anarquistas,sacrílegos e traidores. Levados diante de um júri, expostos as cerimônias da religião do Estado, obrigados a adorar estátuas de Roma e seus Imperadores, logo que recusavam a este culto, era constatada a traição e desobediência ao Estado.

 

Apesar de toda a perseguição ainda houveram épocas de tréguas, porem o cristianismo sempre esteve fora da lei e por isso sempre estavam sendo presos e acusados e condenados. E dentre essas punições podemos constatar que se um cristão recusasse participar de um culto oficial, a punição ou condenação era a tortura e até a morte. Até metade do III século, a perseguição era de caráter local, mas depois de certa paz por uma geração, intensificou-se a pior perseguição já conhecida no governo de Dédo e dois sucessores (250-260) com  a tentativa de extinguir o cristianismo do império romano. Muitos chegando a abandonar a fé, e muitos martirizados, a Igreja sob grande ameaça e em perigo.

 

A perseguição enfim foi suspensa por um certo período de tempo. Isto se deu através do imperador Galieno, foi conhecida a “Pax Longa” (260-303), neste período a igreja cresceu em numero, na questão de seu poder e também no requisito organizacional. A Igreja estava agora preparada para  encarar mais uma pesada perseguição, esta sob Diocleciano, organizada e feroz foi de pouca duração,e não prejudicou tanto a Igreja.

 

O Édito de Tolerância que o Imperador no Oriente Galério publicou em 311, reconhecia a perseguição aos cristãos, e depois de dois anos enfim acontece o Édito de Milão, Constantino e Licínio, imperadores do ocidente e Oriente, estabeleceu a liberdade religiosa para todos, e isto possibilitou o fim dessas grandes perseguições.

 

O resultado destas grandes perseguições, foi o trabalhar o caráter da Igreja. A moral tinha de ser elevada, pois somente aqueles destemidos cristãos permaneciam sem negar as verdades sagradas, daí a questão moral bastante elevada durante o período de paz. A não concretização do quesito conversão resultou em certa degradação na moral da Igreja. Quando se travava uma nova perseguição então os fracos não perseveravam fé devido aos terrores e sofrimentos por amor a Jesus.

 

Foi no II e III séculos que cristãos permaneciam sólidos na doutrina e isso possibilitou distinção de todas as pessoas, apesar de certas exceções, os cristãos eram conhecidos por sua moral elevada. O amor fraternal era uma qualidade notável entre os cristãos. Eles tinham tudo em comum. Os cristãos cuidavam das pessoas necessitadas em uma época muito difícil.

 

Duas tendências apareceram que depois acabaram influenciando os cristãos. O ascetismo com seu caráter de absterce de certas coisas. Haviam os que jejuavam e se excluíam da sociedade para alcançar justiça especial. O legalismo com sua ética a moral da religião,oravam bastante  jejuavam em dias específicos da semana e devam esmolas quase sempre. O que Paulo ensinou com respeito a liberdade cristã, foi adulterada, trocada por sistemas de fé, prática e obras.    

 

Já nos tempos do século II no dia do Senhor (Domingo), havia uma reunião com leitura da Palavra, orações, cânticos de Salmos, hinos e ministração das Escrituras além da Ceia do Senhor. Essas reuniões aconteciam pelas manhãs porque era dia de trabalho, a partir do século II e II começaram a surgir tipos de liturgias.

 

A questão do batismo passou a tomar certa significância no final do século II. Começou a surgir a crença que os pecados eram lavados neste ritual sagrado, a Eucaristia (Ceia do Senhor) passando por certa forma litúrgica, e daí surgiram interpretações quanto ao significado da Ceia do Senhor, um sacramento em que Jesus estava literalmente presente, e o comungante tinha perfeita comunhão pessoal com Jesus. O coração de Deus era alcançado e fazia que Ele movia-se em favor dos comungantes e por quem recebesse oração.

 

 

J.L.S.Rocha