PREDESTINAÇÂO - ELEIÇÃO.

17/12/2011 14:46
" O fato de refletirmos antes de agir, é prova de que nos determinamos"

                                                                                                                    Nemésio

Introdução:

    A Predestinação,Eleição,Retribuição...soa como precedente de controvérsia, doutrinas ou interpretações diversas afins, que vem ou veio desde séculos atrás. temos um grande teólogo na história da igreja ou do cristianismo; Agostinho, que tem sido considerado o maior de todos os Pais Latinos. O assunto tem percorrido e discutido por várias autoridades eclesiásticas, teologos e reformadores.

    A explosão da reforma protestante na qual se tem o grande nome ou representante; Martinho Lutaro, fez afirmações que veio a trazer uma nova concepção ao assunto, mas tarde o grande reformador que nasceu na França: Jean Calvin, era defensor da doutrina da Predestinação, na qual dentre suas afirmações colocava que todos estão distanciados de Deus, e não tem a condição de atender a qualquer apelo da graça de Cristo e que Deus é quem tem destinado o futuro do homem para a Salvação e perdição, Deus preordenou.

    Outro grande nome levantou--se  para fazer oposição ao calvinismo, que foi: Armínio, um grande teólogo holandês, na qual tem um ponto interessante que é a graça preveniente, defende o conceito do livre-arbítrio, e denota bem forte no conceito da presciência Divina. Dentre esses pensamentos podemos a luz da Bíblia ter ou chegar a um brilhante entendimento de um assunto nescessário para nossa compreensão, afinal almejamos estar ao lado de Jesus na glória do porvir.

I - Predestinação:

    Conhecido também como Determinismo, doutrina ou pensamento defendido, abraçado por muitos cristãos no decorrer da história do cristianismo, temos dois grandes expoentes, representantes notáveis que divergem em suas interpretações concernente a tão badalado e profundo assunto. Refiro-me a Jacó Armínio e Calvino, porém não podemos descartar ou esquecer o grande vulto do cristianismo Agostinho, que é considerado o maior de todos os pais látinos, (354-430), nasceu em Tagaste no Norte da Africa, seu pai era pagão, enquanto sua mãe, chamada Mônica, era cristã. Uma controvérsia que tem ocupado a última parte da vida e Agostinho, foi a que teve o maior impacto sobre a igreja Ocidental por séculos - foi a controvérsia Pelagiana. Agostinho afirmou em sua celebrada obra "Confissões (10.29:40)": "Minha total esperança está em tua grande misericórdia. Dá-nos o que oredenaste e ordena o que tu queres". Pelágio veementemente não concordava com o que Agostinho tinha expressado, ao fazer a declaração que era livre a humanidade para ter ou tomar a iniciativa e exercitar o livre-arbítrio, a fim então de aceitar ou rejeitar a Deus.

    Deu-se então uma grande discórdia ou controvérsia, surgiu quando começou Agostinho a pregar e a também escrever contra as idéias de Pelágio, um tanto inovadoras na qual tem forçado a Agostinho esclarecer com detalhes seus pensamentos sobre a queda do homem e o que essa queda tem causado, os seus efeitos também o pecado original e, finalmente a grande Doutrina da Predestinação.

    A influência desta doutrina tem sido muito forte, bastante abrangente no decorrer dos séculos, na qual vemos sua ideologia sendo seguida e questionada por muitas autoridades ortodoxosa, teólogos como mais tarde na Reforma Protestante, especialmente Martinho Lutero e Calvino, que concentraram-se nesses temas e então tiveram a capacidade de os desenvolverem, tornando-os mais profundos, complexos, abrangendo ou alargando mais e mais a discursão de tais temas ou doutrinas.

    Agostinho tem afirmado que o pecado de Adão passou aafetar toda a humanidade de tal forma que a transgressão simplesmente não era uma ação ou "hábito", como dizia Pelágio, mas sim, componente da natureza humana. na queda do primeiro home, Adão, que deu-se no primeiro jardim que a terra já conheceu, no Jardim do Éden. O livre- arbítrio foi perdido, a liberdade única em que agora a natureza humana pecaminosa possui é a de escolher continuamente o pecado. Um indivíduo só pode ser liberto da transgressão do pecado, por meio de um ato soberano da Graça de Deus, concluio Agostinho que os salvos são justamente aqueles sobre quem Deus tem derramado, direcionado a sua Graça Divina.

    O grande reformador Martinho Lutero, apesar de admitir que o livre-arbítrio é uma realidade, negava que fosse eficáz no tocante a salvação da alma, ou seja, olivre-arbítrio era real quanto a coisas comuns, triviais.

1.1 O que vem a ser Predestinação segundo Calvino?

    Jean Calvin,grande reformador protestante que nasceu na França em 1509, e morreu em 1564. Era Sacerdote, quando veio a torna-se entusiasta defensor da reforma religiosa. em 1536 publicou " Instituion Chrétienne" foi exilado da França, quando esteve em Genebra e Suiça,deichou mais de 2.000 sermões, era defensor da doutrina da predestinação.

    A palavra predestinação significa: ato ou efeito de predestinar, e predestinar significa; destinar antecipadamente. ou seja; destinado de antemão.

    O que nos mostra Calvino, o que ele cria, defendia é que todo o mundo, a raça humana está perdida ou mergulhada no pecado. trazendo então o conceito que todos estão distanciados, longes de Deus. A idéia de uma depravação geral ou total, o homem caído nesta condição tão decadente não tem a capacidade de atender ou responder a qualquer apelo, oferta da Graça. Não cria que o homem por decisão própia poderia se arrepender de seus pecados e então ser aceito por Deus devido a condição moral na qual a raça humana está dominada.

    A idéia do pecado original tira todo o domínio ou condição de o homem usar de maneira certa a liberdade que o compete. A degradação moral em que se encontra o impede de se converter. parece-me que tal pensamento de Jo 6.44 "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou, o não troxer, e eu o ressuscitarei no último dia". Se o pai não trouxer, nã teêm a capacidade de ir a Cristo, Deus é quem escolhe ou escolheu quem deveria ir a Cristo.

    A "incapacidade total" é uma palavra usada como apeio para revelar ou retratar a condição humana que os pecadores perderam de fazer ou praticar o bem. Por isso são incapazes de conversão, em Rm 3, vemos Paulo a demonstrar que todo o mundo, seja gentio ou grego é escravo do pecado, nos vérsiculos de 9-18, explica o porquê disso e ensina que todo o ser humano tem uma natureza pecaminosa que o instiga ao pecado. O texto de 2Co 4.3,4 diz: "Mas se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luza do evangelho da Glória de Cristo que é a imagem de Deus" e Ef 2.1-3 e o versículo 8 diz: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus". até porque a natureza caída do homem não tem essa inclinação em realmente crer, ter fé. a fé é um dom de Deus, é Ele quem a dá segundo a sua escolha.

    O Calvinismo tráz o conceito de uma grande soberânia. Deus como o idealizador, o grande arquiteto de tudo e todos, não se questiona a sua vontade, ou ao homem não compete tal direito, o homem não tem a moral para tal coisa porque é gerado em pecado. Deus é livre para agir, não tem que dar satisfação a nenhum ser humano, não se pode julgar o juiz dos juizes, em Mt 20.13-15, retrata a soberania de Deus, quando reclamado da aparente injustiça, o Senhor então responde a um deles: " Amigo, não te faço injustiça...pois quero dar a este último quanto a tí. porventura, naõ me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?" A soberânia de Deus é clara e absoluta. O calvinismo se sustenta também nos escritos de Paulo quando quando escreveu aos Romanos no capítulo 9. O apóstolo se utiliza de uma metáfora do oleiro e o barro.

    Deus não pode ser apontado como um injusto, o texto assim declara: " Quem és tú, ó homem para discutires com Deus?! por ventura pode o objeto perguntar a quem o formou: Porque me fizeste assim? ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro para desonra?" (Rm 9.20.21).

1.2  Eleição

    Em meio a esta ideologia ou interpretação das Escrituras, o calvinismo implanta a sua sustentação no que diz respeito a eleição, e o que vem a ser esta eleição? Devido a que esta escolha? Já vimos que a vontade Deus e os seus atos não se discuti, Ele é soberano, e a eleição é justamente pessoas na qual Deus decidiu escolher, desde ou antes da fundação do mundo. Mas, escolhidos para quê? O interessante é que essa eleição diz respeito a salvação do homem, o seu futuro. A eternidade com Cristo, um texto que podemos chamar de prova é o de Efésios 1.4,5: " Como também nos elegeu nele antes de fundação do mundo, para que fossemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, e nos PREDESTINOU para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade". O Pai foi quem escolheu nEle, na pessoa de Jesus Cristo antes da fundação do mundo.

    Outro texto bastante convicente na linha de interpretação calvinista é o de João 15.16 "Não fostes vós que me escolhestes amim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça". Jesus os escolheu, todo o chamado procede da soberania de Deus. neste texto trata-se da convocação dos discipulos ou eleição destes para a vida eterna.

    Outro texto é usado como sustentação, é o de João 6.37: "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim, e o que vem a miml, de modo nenhum o lançarei fora". O pai é quem dá a Jesus, e não por outro meio, só os escolhidos por Deus, os que foram preordenados segundo o seu decreto ou vontade herdarão a vida eterna.

    A idéia calvinista interpreta que a eleição de Deus ou que Deus assim tem estabeleçida é incondicional, não existe outro modo ou meio, é absoluta com Deus assim o é, absoluto. esta linha ideológica traz suas bases na observação concernente a nação israelita, que por sua vêz tem sido escolhida, eleita por Deus como seu povo, na qual se deu com a rejeição de Esá e a eleição de Jacó. Paulo em Romanos nove (Rm 9), relata sobre todas as escolhas de Deus, Ele não reparte com ninguém, depende única e exclusivamente dEle. outra referência bastantenotável é a de Êxodo 33.19 "Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecerme-ei de quem me aprouver ter compaixão". Rm 9.16 " Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que se compadece" é assim que o calvinismo aborda o problema da Salvação e perdição ou melhor, trata do tema predestinação como o antecedente da Salvação.

 

1.3 Retribuição

    É a punição ao homem pecador, ou seja; são as pessoa que Deus rejeitou para serem salvas, a condenação é o seu destino na qual foi preordenado por Deus, e homem algum o pode questionar a respeito de tal decreto. O homem perdeu a condição de voltar-se para Deus devido a sua queda no jardin do Eden, o que conhecemos como pecado original tem afetado toda a raça humana, os homens herdaram e seu progenitor a natureza caída que por sua vêz perdeu o intento de livre-arbítrio para o bem, o mal é o que o domina está propenso a pecar sempre, não tem a capacidade de voltar-se para Deus. Estão destinados para a perdição eterna, eo homem nesta condição não pode questionar Deus.

    "O pecado faz separação entre Deus e o homem". A natureza humana escolhe continuamente o pecado, um exemplo de endurecimento ou propensão para o mal está em Faraó, em Romanos 9.18. sustenta segundo o pensamento de Calvino que é Deus quem predomina o destino do homem, assim diz o texto " logo, pois compadece-se de quem quer e endurece a quem quer" Além dos versículos 6-29, serem usados como sustentáculos para tal doutrina, os vasos da ira predestinados para o mal, perdição eterna e os vasos de misericordia para glória que já dantes preparou.

    Nota-se que o calvinismo denota um exclusivismo porque apesar de afirmar que " O homem natural é livre para chegar a Deus, mas não é capaz de fazê-lo. como pode se arrepender do pecado se ama o pecado? como pode chegar a Deus se odeia a Deus? essa incapacidade da vontade sob a qual luta o homem" Boettner, predestination. p 62.

    Só e somente só os que Deus tem escolhido eleitos é que mora a capacidade de atender ao apelo da Graça é decisão divina.

II - A Preordenação do modo Arminiano, oposição ao calvinismo:

    O termo ARMINIANISMO deriva-se do nome própio de Jacó Hermano no latim, Arminio (1560-1609) que foi um teólogo holandêz na qual obteve uma educação estrita reformada, tipo calvinista, porém começou a duvidar da vários artigos de fé, que levou-o a escrever um documento intitulado REMONSTRANCE, em que apresentava 5 artigos:

1 Deus elege ou reprova com base na fé ou na incredulidade previstas;

2 Cristo morreu por todos e por cada homem, embora somente os crentes serão salvos;

3 O homem étão depravado que a Graça divina é necessária tanto para a fé como para as boas obras;

4 Pode-se resistir á Graça divina;

5 Se todos os verdadeiros regenerados perseveram com certeza na fé, é uma questão que exige uma maior investigação.

    Causaram esses pontos de vista uma considerável discussão e o Sínodo de Dort (1618 - 1644) os condenou. todavia foram mantidos e chegaram a evoluir, especialmente na Holanda, medianate o esforço de pensadores como H. Uytenbogaert (1557 - 1644), Epíscopio (1583 -1643) Curcelaus (1586 - 1659), Hugo Grótico (1583 - 1645) Limborch ( 1633-1712) e outros.

    O arminianismo defende em seus conceitos concernente a Salvação que as obras ou boas obras é uma necessidade ou um ponto de essencial neste processo para a vida eterna. não podemos esquecer ou salientar que dentro do pensamento Arminiano existem diferentes posições ou subdivisões. porém uma coisa é certa, existe uma concordância invariável, é o conceito de que Deus anela ou deseja que todos sejam salvos, com base na afirmação em que Pedro faz em II Pe 3.9, Deus demaneira alguma sente prazer em que qualquer pecador morra sem se arrepender, ou sem encontrar o perdão para alcançar o favor da Graça, o texto diz: "Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada, pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento".

    O arminianismo também cita que o apostolo Paulo tem evidenciado esta verdade quando na carta de I Tm 2.3,4, diz: " Deus nosso salvador...deseja que todos os homens sejam salvos e venham ou caheguem ao pleno conhecimento da verdade" em At 17.30, nos mostra o seguinte: "Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens em todo lugar que se arrependam, o v.31 "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos".

    A visão arminiana nos leva aos cahamados convites universais; ou seja está relacionado a toda raça humana, no A.T. um texto que é usado dentro dessa concepção é o de Is 55.1; " Ah! todos vós, os que tendes sede, vinde ás águas; e vós os que não tendes dinheiro, vinde , comprai e comei". então se faz um paralelo com o N.T. em Mt 11.28. " Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei".

    Um outro ponto consideravel na doutrina de Arminio é que a regeneração origina-se o arrependimento e na fé. existe em cada ser humano a condição de crer e alcançar os meios de serem salvas. O pensamento arminiano defende que o primeiro homem a saber Adão foi criado na inocência, mas não em verdadeira santidade, e após a queda o pacto de obras foi ab-rogado, ou anulado, porém o pecado consiste em atos da vontade de quem se tornou rebelde, defende ainda que a pecaminosidade é pela humanidade herdada e Adão, mas a sua culpa não é imputada aos homens, então podemos dizer que a reprovação do home,resultante da queda não é absoluta ou total.

2.1 Graça Preveniente

    Armínio ataca categoricamente a doutrina calvinista, em relação a Graça. o pensamento arminiano relata que não existe nenhum tratamento especial para uns, e sim para todos. A graça ela édirigida a todos os homens direcionada para se opor o pecado e seu efeito. Portanto o homem reteve a faculdade ed autodeterminação e sua vontade pode inclinar-se para o bem. toda a humanidade tem a capacidade de abraçar o convite da Graça. A Graça é uma só: não há graça comum que a distinga da especial, ela é universal e suficiente, segue a pregação do Evangelho, todos podem reagir favoravelmente ou não, segundo a vontade de cada um, ou seja, não é irresistível em qualquer caso.

    Podemos então concluir que a teologia arminiana dfende o conçeito que chamamos de livre-arbítrio humano,bem como a força de vontade necessária para serem feitas escolhas certas. A vontade humana é um dos fatores determinantes nesta realidade de pensamento. O homem tem liberdade de escolha, o que contradiz a doutrina calvinista esclusivista, quanto as ações e escolhas na qual Deus já tinha progamado para cada indivíduo.

2.2 Eleição

    Apesar das discórdias de interpretações a doutrina da eleição é bem presente na ideologia da Armínio, porém entra um fator muito interessante que é um atributo divino inquestionável o da Presciência de Deus, na qual podemos salientar que Armínio acreditava no conhecimento que Deus tem dos atos futuros dos livres agentes não é a causa dos acontecimentos.

    Os decretos de Deus repousam sobre sua presciência pelo que a eleição é baseada na fé prevista. O arminianismo defende a predestinação dentro deste conceito, os eleitos para a vida eterna são aqueles na qual Deus já previu ou já conhece a posição no tocante a decisão em que cada pessoa irá tomar com relação ao apelo da Graça efetuada pelo Senhor Jesus.

    Tal pensamento é baseado no texto de Rm 8.29: "Portanto aos que de antemão conheceu, também predestinou para serem conformes á imagem do seu filho, a fim de que ele seja o promogênito entre muitos irmãos". Um outro texto e apoio é o de 1 pe 1.1,2, na qual interpreta que está na presciência de Deus Pai, a preordenação dos seres humanos a saber os eleitos, otexto citado diz, v.2: "eleitos segundo a presciência de Deus Pai em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas".

    No tocante a expiação so arminianos afirmam que se fez necessária para expor somente uma das maneiras como Deus pode manifestar seu amor, sem prejuízo de sua santidade e que ela (expiação) é universal, mas a vontade pervertida pode rejeitar essa provisão, mas isto Deus prêve pela sua presciência, porém confronta com a idéia calvinista de predestinação incondicional.

2.3 Rejeição?

    Bom! ambas as doutrinas tratam da eleição, mas descartam os que não são eleitos. Como veremos o conceito segundo o arminianismo? Concordam com a predestinação  como os calvinistas? parece-me que não, até porque sustentam na autodeterminação, vontade própia, que pode se inclinar para o bem ou então para o mal. A regeneração origina-se no arrependimento e na fé, e a vontade humana é uma das causas da regeneração. A fé é uma obra humana, boa obra, base da aceitação diante de Deus.

    O arminianismo acredita  que nesta vida o crente pode chegar á perfeição impecável, conformando-se a vontade divina, com a superação de sua vontade, mas porém o indivíduo pode cair da Graça e perder a Salvação que antes possuia. os arminianos também defendem que a plena certeza de salvação não é possível nesta vida, exceto mediante a revelação ou iluminação individuais.

    Os arminianos discordam do calvinismo que o tacham de fatalismo, que Deus tenha determinado quem vá para o inferno ou para o céu. A liberdade humana é uma realidade, o alvo da criação á a felicidade, e o homem criado como um ser moral é livre para escolher ou fazer escolhas. agora; quanto a presciência Divina,não se pode negar esta realidade, Ele já conhece ou sabe as decisões dos seres humanos ,segundo o Arminianismo.

III - Fazendo uma análise ao assunto: Minha conclusão:

    Entender o assunto, ou o compreende-lo a luz da Bíblia, exige uma análise convicente dos textos sagrados, sem querer colocar elementos que não tenham respaldo nas Sagradas Escrituras. é bom antes de mais nada, lembrarmos que toda e qualquer verdade pertence a Deus, sem restrição alguma ou falhas, porém, a sua palavra é a verdade e devemos delinear os conhecimentos com base nesta verdade.

    Eleição e Predestinação nos leva a uma análise da Soteriologia,ou seja; a doutrina da Salvação.

I - A aplicação da Salvação:

    Para nos situarmos melhor no assunto da predestinação, eleição e reprovação, devemos entender a provisão da Salvação que as sagradas Escrituras aponta; Jesus Cristo como o "autor e consumador da nossa fé" Hb 12.2. Somente por meio da fé em Jesus, da expiação ou morte expiatória, se evidência a salvação do homem. vemos então, que a salvação tem sido providenciada por Jesus, e que ela é aplicada a todo o ser humano que assim a aceita, só em Jesus, autor e consumador da nossa fé.

3.1 A culpa pelo pecado:

    Se estamos pensando em Salvação, eleição, é porque a necessidade de livramento é uma realidade, afinal, o termo Salvação do grego "soteria",  depravado e distante da glória de Deus, somos carentes dela,o que antes era a coroa da criação, tornou-se a imagem caída, espírito caído; Ef 2.1-3: "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora opera nos filhos da desobediência, entre os quais todos nós...andavamos nos desejos da nossa carne...éramos por natureza filhos da íra, como os outros também".

    Podemos concluir que por sí só o homem não tem a condição de encontrar, ou melhor; de salvar-se. existe uma culpa que o separa de Deus, que distancía o homem de Deus; a saber o pecado. Em Romanos 3.10 está escrito: "Como está escrito: não há um justo, nem um sequer". v 23 "Porque todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus" Js 64.6; "Mas todos nós somos como imundo,e todaas as nossas justiças com trapo de imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas, como um vento,nos arrebatam" mas há uma saída.

3.2 A Graça divina:

    É o único meio para ser salvo, Cristo é o único caminho que leva a Deus Pai, um modo de benção incalculável, até porque se trata de um favor na qual Deus não teria a obrigação de efetuá-lo, mas devido o seu grande amor assim providenciou para que ninguem se perca e que todos sejam salvos por Ele, Jesus Cristo.

    Em 2Pd 3.18 dis: "Porque nós temos recebido de sua plenitude, e Graça sobre Graça". " Porque Deus amou o mundo (toda a raça humana, sem restrição),para que todo aquele que nele crer, ( a fé é um fator importante ), não pereça mas tenha a vida eterna". então todos tem a faculdade para escolher ou aceitar ou não o convite da Graça, a redenção ou resgate é para todos porque Deus ama o pecador porém aborrece o pecado, não podemos fugir desta verdade. A misericórdia do Senhor é cousa fantastica, imensa, como sua grandeza não se pode medir.    

IV - Eleição e Predestinação:

    Isto, ou estes pontos já estavam nos planos de Deus, ou seja, em seus Decretos Divinos, o que nos enfatiza o texto sagrado de Rm 8.28 - 30 "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme á imagem de seu filho, a fim de que ele, seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou a esses também glorificou".

4.1 Deus e sua Presciência:

    Esse atributo divino é tão precioso, deve ter uma atenção muito especial, primeiro devido o ser humano não o possuir, segundo que tem sido causa de controvérsias, então em primeiro lugar o que vem a ser essa presciência? É a possibilidade que somente Deus tem de conhecer todos e qualquer fato de antemão, todas as possibilidades futuras, é o que conhecemos, ou um aspecto da "Onisciência" de Deus. Em meio a essa afirmativa podemos deduzir que Deus então conhece os que vão atender ao convite da Graça ou não, é bom lembrar que Deus permite ao homem tomar suas decisões, é a vontade permisíva divina, que não deve ser discutida, ou melhor, não desejo me estender neste ponto.

    Deus sempre deichou que o homem decidisse que rumo queira para sua alma, ou melhor; espírito. na cruz de Cristo, está o convite da Graça, da Salvação, ignorá-la é assinar a via para a condenação eterna. Em Rm 10.9 diz: " Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo". exige uma condição, a fé.

 4.2 A Eleição:

    Um grande texto, talvez o mais usado para tal tópico ou assunto é o de Ef 1.4,5 que diz: " Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para sí mesmo, segundo o beneplácido de sua vontade". podemos então deudzir que a escolha feita por Deus é uma realidade, porém daqueles que creêm em Jesus, em Rm 8.29 está escrito: " Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes á imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos". O versiculo denota que Deus optou por amar desde a eternidade, baseado em sua presciência.

    Creio que Deus assim quiz amar, ou amou desde a eternidade a raça humana, porém através de Cristo (Jo 3.16) " Para que todo aquele que nele crer" na presciência de Deus, subtende-se que as escolhas humanas não é novidade alguma. Esta eleição está baseada ou firmada na pessoa de Cristo. " Assim como nos escolheu nele...", nele quem? "em Cristo"; quando? "antes da fundação do mundo". O estar em Cristo é o segredo. quanto a eleição, ou ao mistério da Graça.

    Podemos então aceitar que a idéia da eleição é Cristocêntrica, somente na pessoa de Jesus. O própio Jesus parece-me ser o primeiro eleito de todos os eleitos, a Bíblia declara em Is 42.1: "Eis aqui o meu servo,...o meu eleito..." e em Mt 12.18: " Eis aqui o meu servo que escolhi..." a fé tem sua importância, ou seja: é fundamental para que se possa estar unido a Cristo. Em Rm 8.28 diz: " E sabemos...daqueles que amou a Deus,daqueles que são chamados por seu decreto", O convite da Graça, da Salvação é universal,sabemos que Deus deseja que todos sejam salvos, porém o homem pode escolher se aceitam ou não, por isso se faz necessário o ato de evangelizar, em II Co 5.11 diz: "Persuadimos os homens á fé". A salvação não é incondicional em sua maneira coletiva, universal, a Salvação é para todos, todos os que crêem. O homem tem o livre arbítrio para escolher, se não fosse assim, seria uma máquina progamada.

    Em Ef 1.23, é chamado " o seu corpo", oe eleitos, corpo de Cristo e em Ap 21.9, a "Noiva de Cristo", logo refere-se a Igreja que está sendo conduzida pelo Espírito Santo de Deus, em I Pe 2.9: "Povo adquirido ".

4.3 Predestinação:

    "Decidir de antemão" do grego proorizo, ou seja: Deus já traçou ou decidiu o que há de acontecer com os Eleitos, aqueles que atenderam ao convite de Jesus, escolhidos então por DEus que se constituí-se a Igreja de Cristo. Deus tem um plano para a humanidade e não pode ser frustado.

    O destino da humanidade é vida eterna com Deus e seus privilégios e morte eterna com sua agônia perene. Nada como o determinismo ou fatalismo. Deus é justo em seus Juízos ou sentenças, esta é a razão que Deus deu o livre-arbítrio, o poder de decissão para o bem ou o mal, aceitar, reconhecer ou não a Cruz de Cristo Jesus, em At 17.31 diz: " Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo".

    Deus tem predestinado os seus eleitos para serem chamados em Rm 8.30: " E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou" Também justificou Rm 3.24: " Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus". " A estes glorificou" Rm 8.30 e também "Conformes a imagem de seu filho" Rm 8.29.

    A Eleição como a Predestinação está logicamente relacionada a Igreja de Cristo, como corpo, e a fé em Cristo, o escolher, aceitar o convite da Graça e perseverar na fé, no processo de Santificação de quem está destinado a vida eterna, e o oposto a infeliz perdição.

 

Jeferson L.S.Rocha.

 

Bibliografia

As grandes Doutrinas da Bíblia - Raimundo de Oliveira - CPAD. 5ª edição 2000;

Introdução a Teologia Sistemática - Millard. J. Erickson - edições Vida Nova;

E.D.I.P.E - Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional.